segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Procura-se Flautista


Hamelin, na Alemanha, enfrenta infestação de roedores.

No conto dos Irmãos Grimm, o flautista atrai uma praga de ratos para fora da cidade com suas melodias.
Na vida real, a cidade de Hamelin, na Alemanha, enfrenta uma infestação de roedores e luta para limpar a cidade a tempo para as comemorações dos 725 anos do famoso conto.

Para quem não conhece, eis a história*, originalmente intitulada “Die Kinder zu Hameln” (As Crianças de Hamelin) e conhecida no Brasil como O Flautista de Hamelin, ou O Flautista Mágico:

Numa pequena cidade no interior, todos viviam tranqüilamente, as crianças iam à escola,os adultos trabalhavam no campo onde produziam muitos alimentos.
Numa bela manhã de sol, todos acordaram apavorados, a calma da cidade havia sido invadida por muitos ratos.
As pessoas ficaram com muito medo. As mulheres viviam aos gritos, apavoradas com os ratos.
E os ratos foram aparecendo cada dia mais. Buscaram todos os gatos para devorar os ratos. Mas os gatos comeram tantos ratos que morreram de indigestão. Os ratos a cada dia aumentavam mais e mais. Comiam as comidas que estavam estocadas para o inverno, comiam as comidas que ainda não havia sido colhidas. E quanto mais comiam, mais se multiplicavam.
As pessoas da cidade foram até o prefeito que deveria achar uma solução. O prefeito como tinha sua casa no alto de uma colina os ratos ainda não haviam chegado lá. Mas dizia-se preocupado e iria tomar uma solução. Pensou, pensou... Decidiu colocar veneno para os ratos. Os habitantes se apavoraram com sua idéia, pois diziam que as crianças também comeriam o veneno dos ratos e morreriam.
Nesse mesmo dia apareceu na cidadezinha, um sujeito esquisito, de corpo fino e comprido, usava um chapéu engraçado com uma pena. Porém, o mais intrigante era o som que ele produzia com uma flauta que trazia nas mãos. Chegou e foi logo dizendo que acabaria com o problema da cidade. Todos ficaram admirados e queriam saber o que ele faria. Disse que mandaria os ratos embora com o som de sua flauta, porém, o prefeito deveria lhe pagar mil moedas de ouro.
Ninguém aceitou sua idéia, muito menos o prefeito, que não estava disposto a gastar tanto dinheiro assim. Mas o flautista disse que estaria no hotel da cidade aguardando uma resposta.
Todos foram para suas casas. Inclusive o prefeito que teve uma grande surpresa ao ver sua casa infestada de ratos. Havia ratos no seu escritório, ratos na sua cozinha, e ratos até na sua cama. Ficou desesperado e mandou chamar o flautista para eliminar os ratos e concordou em pagar as mil moedasde ouro.
O flautista começou a tocar um som miúdo, fraquinho, franzino como o próprio flautista. Os ratos começaram a sair de suas tocas, inundando a praça. O flautista se pôs pelas ruas, sempre tocando, e os ratos encantados, iam atrás dele.
Quando estava bem distante da cidade levou os ratos hipnotizados para dentro de um imenso rio e afogou todos eles. Voltou para cidade todo contente para receber seu dinheiro. Mas, quando foi falar com o prefeito este respondeu:

Versão Irmãos Grimm:
- Não vou pagá-lo porque agora os ratos já foram embora e seu preço é muito alto, um absurdo!
O flautista brabo por não receber seu dinheiro, resolveu se vingar. Na rua da cidade, pôs-se a tocar na sua flauta uma alegre marchinha. E mal as crianças ouviram aqueles maravilhosos sons, começaram a sair da cidade e, finalmente, chegou até uma alta montanha que havia ali perto. A um novo som da flauta, abriu-se uma caverna na montanha e as crianças entraram todas, a caverna se fechou com as crianças lá dentro e o flautista foi embora, vingado.

Versão Walt Disney (caso existisse):
- Venha comemorar conosco. Hoje é um grande dia! Declaro que o dia de hoje é feriado! Vamos todos festejar!
- Mas... e o meu pagamento? Quis saber o flautista.
- Seu pagamento, respondeu o prefeito. Eram muitas moedas para os cofres da prefeitura, mas o povo colaborou e cada família ajudou com algumas moedas pelo bem que você fez a toda nossa cidade. Portanto você e sua flauta mágica irão receber as mil moeda de ouro que foram prometidas. E assim o flautista mais feliz que toda a população do lugarejo, tocou em sua flauta a melodia mágica que deixava todos mais felizes e dançaram muitose muitos dias para comemorar.

Tempos Atuais, ou Moral da História:
Apesar do grande número de turistas que são atraídos à cidade pela história, a Prefeitura já colocou anúncio nos jornais e em sua página internet, mas mesmo com a oferta de um pagamento bastante razoável, ainda não acharam ninguém disposto a acabar com a nova infestação.
Agora já mandaram anúncios para todos os países do mundo para ver se algum flautista mágico aceita o trabalho, mas sabe como é, em tempos de crise ninguém quer cumprir uma tarefa da qual não se sabe se irá receber o pagamento oferecido.

* Para os preguiçosos ou sem tempo para leitura, segue resumo:
Através da linguagem simbólica típica dos contos populares, narra-se que Hameln se livrou da peste graças à arte de um Flautista Mágico. Por não ter sido recompensado conforme prometido, leva embora, em desafronto, todas as crianças da vila para uma montanha de onde nunca mais retornam. Variações pueris contam de um menino aleijado que não pode acompanhar a música hipnótica, outras concluem no arrependimento do prefeito que afinal cumpre sua palavra, levando à devolução de todos os seqüestrados.


PS: A versão da história e nem o resumo foram escritos por mim, retirei do site de uma professora que utiliza o conto em suas aulas no ensino infantil. Não achei mais o link para a página quando fui colocar aqui, mas sem querer ferir os direitos autorais, aviso que basta algumas pesquisas no google para achar várias traduções e adaptações do original.

Nenhum comentário: